sábado, 16 de outubro de 2010

Reflexão Matinal – O Passarinho de Sariã

passarinho E a nossa esperança acerca de vós  é  firme,  sabendo  que, como sois parti- participantes das aflições, assim o  sereis também da consolação" (2Coríntios 1.7).

Na floresta de Sariã, na Índia, viviam animais de  todos  os portes e temperamentos. Alguns ferozes, ágeis, e outros mais acomodados e dóceis. Havia também uma  grande  variedade  de aves e répteis. Conta-se  que  entre  eles  destacava-se  um passarinho muito querido pelos companheiros de floresta. Era dócil e diligente. Depois de um prolongado verão, com tantas folhas secas  cobrindo  o  chão,  irrompeu  na  floresta  um pavoroso e incontrolável  incêndio.  À  medida  que  o  fogo invadia  o  seu  interior,  os  moradores  de  Sariã  fugiam espavoridos. Os mais vagarosos eram alcançados pelo  fogo  e acabavam fenecendo antes de sair  do  seu  habitat.  O  fogo ameaçava impiedosamente destruir as árvores seculares  e  os bosques tranqüilos e acolhedores.

Vendo o que se  passava,  o  passarinho  amigo  viu-se  numa situação de  verdadeiro  desespero.  Mas  não  perdeu  muito tempo. Saiu voando em direção ao rio,  onde  mergulhou  para depois sair voando sobre as chamas. Com  a  água  conservada nas penas aspergia o fogo, na tentativa de apagá-lo.  Ia  ao rio e  voltava  incessantemente,  repetindo  essa  fatigante operação dezenas de  vezes,  sem  desfalecimento.  Tudo  era inútil porque as labaredas, cada vez mais violentas, tomavam proporçôes sempre maiores. O passarinho, entretanto, não  se cansava e nem desistia.

Um chacal indolente observou, irônico:

- Ó companheiro, que desmedida tolice está cometendo?! Então acha você que, com essas poucas gotinhas d'água que leva nas penas, vai conseguir apagar o volumoso incêndio  que  invade todo o mataréu?

- Bem sei que a minha contribuição é insignificante e  fraca diante das colunas de fogo que  aniquilam  a  nossa  querida habitação - disse o passarinho.

- Não posso, porém, fazer mais do que faço. Eu quisera poder me desdobrar muito mais, contudo, não posso.  Assim,  dentro das minhas possibilidades estou cumprindo o meu dever.

Nesse  mundo  envolto  em  chamas  somos,   particularmente, semelhantes  ao  passarinho  de  Sariã;  não   conseguiremos combater as labaredas destruidoras da violência, do  desamor e da indignidade que ameaçam destruir a nossa tranqüilidade, harmonia e segurança. Entretanto, onde cair  nossa  gota  de serviço, ela cumprirá sua missão. O importante agora  não  é discutir  se  o  fogo  vai  ou  não  ser  extinguido,  se  a contribuição pessoal que prestamos será valiosa, mas  o  que na realidade importa é que cada um de nós cumpra o seu dever de lutar por um mundo melhor, mais digno e fiel  transmissor da paz e da harmonia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário