domingo, 24 de outubro de 2010

Reflexão - Em Uma Era Pós-Diluvial

diluvioMinhas impressões nessa véspera de segundo turno são as de que o desejo do homem em fazer célebre o seu nome continua fortemente atuante em nossos dias. Tudo contribui para demonstrar que o esforço humanístico é motivado pelo retorno de Babel e seus ideais, os quais já se encontram presentes, inclusive no Brasil do século 21. Parece-me que os sucessivos golpes aos quais estamos acostumados de tão longas datas  pretendem ser reproduzidos no campo da lei e da moral em cima dos valores do Reino de Deus.

Quando voltamos a nossa atenção para o início da Escritura Sagrada vemos também que após o dilúvio a maior parte da nova sociedade humana gerada a partir dos filhos de Noé se juntou em torno de um período de paz e prosperidade. Todos estavam sob a liderança empolgante de um homem que obteve um alto nível de aprovação. Ali, a iniciativa e vontade coletiva e social de grupo os conduziu a uma nova manifestação de rebeldia contra o Deus da Aliança que se revelou. Não foi dado o crédito devido ao que Deus fez para punir o erro, antes, foi considerado o que poderia ser feito para prevalecer a vontade do homem em detrimento da vontade de Deus.

O evento da construção inacabada da fortaleza e da torre de Babel foi uma espécie de iluminismo pré-históricobabel. Tecnologia, como a queima de produto cerâmico para construção; paz, a partir da liderança de um homem com grandes ideais e que era capaz de conduzir e proteger a sociedade; e prosperidade, demonstrada através da construção de uma cidade fortificada com um primeiro arranha-céu ao centro, mostrou já naquela época que o humanismo antropocêntrico é compensado aos olhos do homem quando esse atinge uma era iluminada. Pois sem valores morais absolutos, não teremos mais que nos preocupar com o Senhor que os estabeleceu.

A lembrança da construção da Torre de Babel, consequentemente da Babilônia, está religiosamente associada à rebelião. Aquela construção foi um marco do pecado humano na história. O orgulho e arrogância que sempre ostentaram o pecado, desde o início edênico da história, impulsionaram aquele projeto.

Observar o evento histórico da Torre de Babel tem se constituído uma tarefa necessária para uma melhor compreensão dos nossos dias. O motivo está no fato de que tal acontecimento retrata-nos uma nova rebelião contra o Deus Criador, dentro do contexto de um novo começo da família humana. Isso demonstra possuir um paralelo com o Brasil e a politicalha dos nossos dias. O significado do texto sagrado de Gênesis 11 possui uma importância que é grande e permanente. A validade e atualidade do que trata a respectiva passagem nos revela tempos de muitas vozes e relativas verdades.

A humanidade não tem procurado em seu Criador e em sua revelação os princípios norteadores para a sociedade. É lamentável que as mesmas motivações de Ninrode e seus simpatizantes contemporâneos continuam agindo na sociedade pós-moderna. A rebelião dos homens em relação ao seu Deus e Senhor na era presente demonstram o efeito da maldição de Babel sobre esses.

Devemos observar no andamento da história que o acúmulo do pecado e da maldade por parte da sociedade humana de qualquer época e lugar tem feito com que a mesma acabe experimentando a conseqüência pertinente às suas ações que são opostas à vontade de Deus. É exatamente essa “falta de conformidade com a lei de Deus”, ou sua vontade,[1] que é denominada de pecado.

Estejamos atentos, essa era nos propõe uma política, cuja base filosófica é um teologismo da morte de Deus. O segundo turno se dará no dia em que comemoramos a Reforma Protestante, 31 de outubro, e esse dia é para que o comecemos de joelhos diante de Deus.


[1] Catecismo Maior de Westminster. Resposta à pergunta 24: “Que é Pecado”.

Por: Emerson Silva de Oliveira

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