quarta-feira, 26 de maio de 2010

PTB acerta com Serra e será o quinto partido de sua coligação

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, confirmou que o partido será aliado do PSDB de José Serra na eleição presidencial, garantindo aos tucanos 58 segundos a mais na propaganda eleitoral gratuita. Com o PTB, o pré-candidato tucano soma cinco partidos em sua coligação. Além do DEM e do PPS, os tucanos também terão o PSC. O apoio foi selado entre Jefferson e Serra ontem em Brasília.

O apoio terá que ser referendado em convenção nacional do partido em 18 e 19 de junho. Jefferson diz que sua posição tem o apoio da maioria do partido, em contraposição à adesão à Dilma, defendida pelos líderes petebistas na Câmara, Jovair Arantes (GO), e no Senado, Gim Argello (DF), além do deputado Armando Monteiro (PE) e do senador Fernando Collor (AL). Eles não devem ir à convenção. "Vamos respeitar os colegas pró-Dilma. Somos um partido pequeno, com 22 deputados e sete senadores, para que quebrar?". Segundo Jefferson, a aliança está "fechadinha, fechadinha". O último Datafolha, diz, foi uma demonstração de força do tucano. "Serra é tão sólido que se manteve nos 37%. Quando a campanha começar, ele passa a Dilma".

A aliança nacional não terá que ser obrigatoriamente reproduzida nos Estados. Em São Paulo, o acerto dificulta possível aliança dos petebistas com o PP, cujo deputado federal federal Celso Russomanno será candidato ao governo do Estado.

"O PP não fechou nacionalmente com o PSDB. Estuda até apoiar o PT nacionalmente. Assim, fica difícil nos coligarmos com eles em São Paulo, pois representaria uma ruptura com o PSDB, o que não faremos de jeito algum", afirmou Jefferson, que reuniu-se com Russomanno.

Nos cálculos de Jefferson, coligar-se com o PP em São Paulo teria como vantagem a possibilidade de aumentar a bancada federal eleita, além de oferecer palanque para o senador Romeu Tuma, que busca a reeleição: "Coligados com o PSDB, faremos dois ou 3 deputados federais. Com o PP, até cinco. Tuma não tem espaço na chapa tucana, que está fechada". No entanto, nem Jefferson nem o presidente estadual da sigla, o deputado estadual Campos Machado, pretendem confrontar Geraldo Alckmin (PSDB).

O PP oferece ao PTB a vice de sua chapa em São Paulo e espera coligar-se com partidos menores. Russomanno disse que sua candidatura é irreversível e prometeu uma campanha de viés moralizador e voltada para a população de baixa renda.

Russomanno se mostrou favorável ao Ficha Limpa: "Deveria ser até mais duro do que o texto aprovado". Se o projeto valesse já para estas eleições, o "padrinho" político de Russomano, Paulo Maluf, seria inelegível.

Sem coligações definidas, o PP de Russomanno teria menos de dois minutos de propaganda televisiva no horário eleitoral gratuito. O deputado não vê problema nisso, acreditando que os debates serão o diferencial. "Sou íntimo da câmera e vou lucrar com os debates", afirmou.

Deputado federal por quatro mandatos, Russomanno garante que desta vez vai até o final na disposição de disputar sua primeira eleição majoritária. Em 2008, tinha a garantia do PP de que seria o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, mas Maluf comprou briga e acabou concorrendo, ficando na quarta colocação, com 5,9 % dos votos válidos. Com 573.524 votos, Russomanno teve a terceira maior votação nacional para a Câmara dos deputados em 2006. (com agências noticiosas)


Fonte: Valor Econômico

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