O governo da Suíça bloqueou uma conta de R$ 23,4 milhões [US$ 13 milhões] de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (25), o dinheiro foi rastreado a pedido da Justiça brasileira. A suspeita é de que a família Sarney tenha enviado dinheiro de forma ilegal para fora do Brasil.
O dinheiro estaria em nome de uma empresa, eram movimentados por Fernando Sarney e não está declarado à Receita Federal, segundo o jornal. O governo da Suíça bloqueou a conta quando Fernando Sarney tentava transferir o dinheiro para Liechtenstein, um paraíso fiscal entre a Áustria e a Suíça.
Caso fique provado que o dinheiro tem origem ilícita, os recursos podem ser enviados de volta ao Brasil. No ano passado, Fernando Sarney negou que tenha contas no exterior. A conta, operada pessoalmente pelo empresário, estaria em um paraíso fiscal, em nome de uma offshore (empresa com sede fora de seu país de domicílio), mas ele seria o único autorizado a fazer transações financeiras.
No começo de março, o jornal divulgou que Fernando Sarney teria uma segunda conta no exterior que não foi declarada à Receita Federal. A conta seria de uma empresa sediada no Caribe. No começo de 2008, Fernando Sarney teria usado esse canal para realizar uma transferência no valor de R$ 1,7 milhão (US$ 1 milhão) a uma agência do banco HSBC em Qingdao, na China. A autorização da transação teria sido assinada pelo empresário.
Fernando Sarney foi um dos alvos da operação Boi Barrica da Polícia Federal, que o indiciou por lavagem de dinheiro, fraude e formação de quadrilha. Em meio às denúncias que resultaram da investigação, o empresário obteve liminar na Justiça impedindo o jornal O Estado de S. Paulo de publicar informações sobre a operação.
A imposição de censura ao diário ocorreu em meio à pressão para que José Sarney renunciasse à presidência do Senado. O autor da decisão foi o desembargador Dácio Vieira, que é próximo à família Sarney. O jornal está sob censura desde 31 de julho.
Segundo a Folha, durante a operação Boi Barrica, depois rebatizada de Faktor, a Polícia Federal interceptou e-mails que faziam referência ao envio de R$ 1,7 milhão para a China. Em 2009, Fernando Sarney negou a existência da conta no exterior. Com a transferência autorizada por ele, as autoridades chinesas conseguiram rastrear o dinheiro e confirmaram que os recursos foram creditados na conta da empresa Prestige Cycle Parts & Accessories Limited. Os investigadores brasileiros ainda não sabem qual é a finalidade do depósito.
Fonte: R7 Noticias
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