RECIFE - Apesar de reforçar publicamente a pré-candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à sucessão presidencial, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), - que também é presidente nacional do partido - confessou nesta sexta-feira a dois assessores que ficou se sentindo em "posição desconfortável" com o destempero verbal do companheiro de legenda. Ciro atacou as alianças que formam a base de sustentação ao governo no Congresso e acusou o PT de tratar aliados "não fisiológicos" como "bucha de canhão" e "chiqueiro de ovelha". Campos só tomou conhecimento do teor das declarações de Ciro quando foi entrevistado no final da tarde, após almoçar com ele e pouco antes de seguir para um estúdio onde faria gravações para o programa nacional do PSB.
O pernambucano tem o temperamento bem diferente de Ciro. Normalmente adota posição conciliadora e não gosta nem de rebater as críticas dos adversários, delegando assessores ou parlamentares para fazer isso. Mesmo assim, ele tentou amenizar as declarações do correligionário, afirmando que divergências existem em qualquer partido, inclusive no seu, o PSB. Mas em seguida, ressaltou:
- Ciro tem esse jeito, uma forma clara e transparente. Quando sente uma coisa, coloca com muita clareza. É o estilo próprio, que nós respeitamos como ele respeita o meu estilo, que não é exatamente assim - disse o governador.
Letícia Lins - O Globo/Plantão
Publicada em 05/02/2010 às 20h47m
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